O chamado de Paulo
Embora as epístolas de Paulo geralmente sigam o formato básico das cartas antigas, Gálatas contém uma série de características únicas não encontradas nas outras epístolas de Paulo. Quando reconhecidas, essas diferenças podem nos ajudar a entender melhor a situação com a qual Paulo estava lidando.
2. Quais são as diferenças e semelhanças entre a saudação introdutória de Paulo em Gálatas 1:1, 2 com o que ele escreveu em Efésios 1:1, Filipenses 1:1, 2 e Tessalonicenses 1:1?
A saudação de Paulo em Gálatas é não apenas um pouco mais longa do que a saudação das outras cartas, mas ele teve que agir de forma diferente, ao descrever a base de sua autoridade apostólica. Literalmente, a palavra apóstolo significa “alguém que é enviado” ou “mensageiro”. No Novo Testamento, no sentido estrito, ela se refere aos primeiros doze seguidores de Jesus e aos outros a quem o Cristo ressuscitado apareceu e comissionou para ser Suas testemunhas (Gl 1:19; 1Co 15:7). Paulo declarou que pertencia a esse grupo seleto.
O fato de Paulo negar com tanta força que seu apostolado se apoie sobre qualquer ser humano sugere que havia uma tentativa por parte de alguns na Galácia de enfraquecer sua autoridade apostólica. Por quê? Como vimos, alguns na igreja não estavam felizes com a mensagem de Paulo, de que a salvação era fundamentada na fé em Cristo apenas, e não nas obras da lei. Eles achavam que o evangelho de Paulo estava minando a obediência. Esses perturbadores eram sutis. Sabiam que a base da mensagem do evangelho de Paulo era diretamente ligada à fonte de sua autoridade apostólica (Jo 3:34), e resolveram fazer um ataque poderoso contra essa autoridade.
No entanto, eles não negaram diretamente o apostolado de Paulo; eles simplesmente alegaram que isso não era realmente muito importante. Eles provavelmente afirmaram que Paulo não havia sido um dos primeiros discípulos de Jesus. Sua autoridade, portanto, não era de Deus, mas de homens, talvez dos líderes da igreja de Antioquia, que designaram Paulo e Barnabé como missionários (At 13:1-3). Ou, talvez, viera de Ananias, que batizou Paulo, no começo (At 9:10-18). Na opinião deles, Paulo era apenas um mensageiro de Antioquia ou Damasco, e nada mais. Consequentemente, eles argumentaram que sua mensagem era simplesmente sua própria opinião, não a Palavra de Deus.
Paulo reconheceu o perigo dessas afirmações e defendeu imediatamente o apostolado que Deus lhe havia dado.
Que sutilezas estão desafiando a autoridade das Escrituras dentro da nossa igreja? Como podemos reconhecer esses desafios? Mais importante, como elas têm influenciado seu pensamento no que diz respeito à autoridade da Bíblia?